Serviço público
O leitor Mário Silva solicita a O Tronco da Teia a divulgação do seguinte apelo. A quem souber do paradeiro de uma cópia legendada em português do filme "Os Tarados do Rio Louco", que, como se lembram, foi objecto de análise na prosa inaugural deste blog, por favor não leve o segredo para o túmulo e contacte imediatamente a nossa redacção.
Ao que conseguimos apurar, não há edição em DVD deste clássico da comédia de costumes dos anos 80. O melhor que se consegue arranjar pela internet são cópias em VHS não legendadas na amazon americana. Sugerimos ao nosso leitor visitas por videoclubes antigos e com largas colecções de cassetes, talvez ainda tenham uma cópia cheia de riscos deste seu objecto de desejos.
Algum alfarrabista que venda cassetes a 50 cêntimos também é algo que deve tentar, assim como estar atento a vendas de videoclubes locais ou mesmo passar regularmente pela feira da ladra. Experimente também sites de leilões, como o ebay, o miau ou o sapo, nunca se sabe se alguém não quererá (o que seria inacreditável) desfazer-se desse clássico. Também convém estar atento às sessões do canal Hollywood ou dos canais generalistas portugueses, que podem ser usar "Os Tarados do Rio Louco" como um tapa-buracos entre as 3h45 e as 6h00 da manhã de um dia de semana.
Pode ainda tentar entrar em contacto com o dono da editora que lançou o filme em Portugal, a já extinta Videotime, que sem dúvida terá centenas de cópias do filme ainda enroladas em plástico, estando à espera que o Cahiers du Cinema faça uma crítica a recuperar o filme como um grande clássico esquecido.

Muitos pensaram no assunto, apenas um cumpriu o sonho de todos os realizadores que algum dia tiveram críticas más. Uwe "Raging" Boll, o infame realizador alemão, desafiou quatro críticos de internet para combates de boxe num ringue em Vancouver, no Canadá, por considerar que os ditos críticos avaliaram injustamente os seus filmes. A reputação de Boll como cineasta assenta em adaptações de jogos de computador como "House of the Dead", "Alone in the Dark" e "BloodRayne" e, quem viu estes filmes (o autor destas linhas apenas viu um, "Alone in the Dark", logo não pode fazer uma avaliação contextualizada da obra do alemão), diz que Boll está algo distante dos méritos de alguns dos seus compatriotas na sétima arte, como Fritz Lang, F.W. Murnau, Leni Riefenstahl ou Wim Wenders. Estará, eventualmente, mais próximo do estilo blockbuster de Roland Emmerich, mas com muito menos dinheiro.

Ora Boll, com experiência no pugilismo (agora sim, as coisas começam a fazer sentido), decidiu vingar-se de todos os que o atacaram. Quatro responderam a este desafio do Touro Alemão, incluindo um miudo de 17 anos que tinha a mãe a assistir ao combate na bancada. Nenhum dos combates foi além do segundo assalto. As crónicas dos amplamente publicitados combates garantem que Boll não deu hipóteses a qualquer um dos seus adversários, que, provavelmente, irá agora pensar duas vezes quando quiser dar uma bola preta a um filme de Boll "Punhos de Aço". Será que a moda vai pegar?

Mais sobre Uwe Boll e realizadores-pugilistas em próximos posts.