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sexta-feira, novembro 14, 2003

5:18 da tarde
Grande no Japão

No cinema actual, nem todos são Stanley Kubrick, que em quase 50 anos de carreira só fez 16 filmes. Há vários cineastas que mantém a impressionante regularidade de fazerem, pelo menos, um filme por ano. Steven Spielberg, Michael Bay, Manoel de Oliveira são alguns desses nomes.
Outro com o qual nós já nos habituámos a contar com uma presença anual é Woody Allen que, desde a partir de Nova Iorque, consegue sempre reunir o elenco que quer, ter o dinheiro que precisa e não tem prazos. Pode filmar aquilo que lhe apetece e entrar no filme como a estrela principal e ter relações amorosas no ecrã com mulheres muito mais novas sem que ninguém lhe diga que não. O de 2003 já está feito, é “Anything Else”, com Christina Ricci, Jason Biggs e o próprio Allen, e já está em produção, segundo o imdb.com, o “Untitled Woody Allen Fall Project” para 2004.
No ano longínquo de 1966, antes de “Annie Hall”, “Manhattan” e de Soon Yi sequer ter nascido, Woody, na altura ainda um comediante e argumentista, teve carta branca e 75 mil dólares para pegar num filme japonês de espionagem, tirar-lhe o som, escrever um novo argumento e fazer uma nova dobragem com vozes de actores americanos. O resultado foi “What’s Up Tiger Lily?”, filme recordado hoje por “O Tronco da Teia”.



“What’s Up Tiger Lily?”
(confessamos que não sabemos o título em português, ou sequer se foi distribuído em Portugal- a ferramenta de tradução do google dá “O que Está Acima, Lírio Do Tigre?”)
Título original japonês: “Kagi no Kagi”
Ano: 1966
Realizador da versão japonesa: Senkich Taniguchi
Actores: como aparece no genérico inicial, “A cast with no stars”, mais Woody Allen e umas vozes em inglês
Existe em DVD, mas sem o extra mais desejado, a versão séria falada em japonês

Para quem não sabe ou quem prefere não se lembrar, Woody Allen foi um dos primeiros actores a encarnar o mundialmente famoso agente secreto ao serviço de Sua Majestade James Bond. Ou melhor, foi o primeiro e único até hoje a interpretar o sobrinho de 007, Jimmy Bond, em um dos dois Bond não-alinhados com Cubby Brocolli, precisamente o único baseado no primeiro livro de Ian Fleming com Bond “Casino Royale”, o tal com Peter Sellers, David Niven e Orson Welles – correm rumores que Quentin Tarantino quer fazer “Casino Royale” com Pierce Brosnan. Que tal soa “Bond, James motherfucking Bond, mothefucka”, dito com sotaque inglês?
Mas já estamos a desviar-nos do assunto desta posta. Esta introdução serve para dizer que Woody Allen sempre foi um fã de filmes de espionagem e que só faz comédias inteligentes e filmes intimistas porque são os únicos que dão dinheiro.
A versão original de “What’s Up Tiger Lily?”, o infame “Kagi no Kagi” (a tradução é “A Chave das Chaves”), parece ser um sério filme de espionagem, e nos primeiros minutos somos presenteados com algumas cenas que incluem lança-chamas, lutas de kung-fu, serras eléctricas e perseguições de automóvel, a dar um cheirinho do que é um filme de acção “made in Japan”.
Depois de um genérico ao melhor estilo de um cartoon da UPA, somos transportados para as aventuras de Phil Moscowitz, um Bond oriental com sorriso fácil, língua solta e poder de sedução para rivalizar com 007. Depois de um encontro amoroso interrompido por um atirador furtivo com péssima pontaria, Phil vê-se arrastado para uma intriga internacional que gira à volta da melhor receita de salada de ovo.
Não esquecer que pelo meio temos oportunidade de assistir a alguns números musicais dessa mítica banda “hippie” dos anos 60 os Lovin’ Spoonful, que ainda existem, têm uma página oficial na internet (http://www.loovinspoonful.com) e tocam em cruzeiros no Mediterrâneo. Conta a lenda que uma primeira versão do filme ficou curta e os seus produtores decidiram incluir umas músicas de uma qualquer banda que estivesse no top da altura (mais ou menos o que aconteceu com a marinha norte-americana nos anos 70, que contratou os Village People para escrever uma música de propaganda para os jovens mancebos se alistarem na marinha. O resultado foi “In the Navy”). Bom, de qualquer forma, Allen terá começado por renegar o filme depois desta alteração na montagem, mas que, face ao sucesso do público e crítica, acabou por mudar de opinião.
Momentos a ter em atenção: são tantos que é melhor mesmo verem o filme.
Altamente recomendado.

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Por Eduardo D. Madeira Jr.

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